O que são as Funções Executivas (FE)?
São capacidades reguladas pelo córtex pré-frontal (CPF), conjuntamente com outras regiões do cérebro, que proporcionam ao ser humano, o controlo e organização do seu comportamento e pensamento e, assim, alcançar os seus objetivos diários e de vida. Estas funções vão-se desenvolvendo ao longo da infância, só atingindo o seu potencial máximo de funcionamento no final da adolescência/início da idade adulta. Os indivíduos, ao longo da sua vida, revelam, na generalidade, algumas dificuldades ao nível das FE, quer seja no que diz respeito ao controlo de impulsos, organização, gestão de tempo, ou outras, podendo estas fragilidades ser ou não transitórias.
Do que depende o bom funcionamento das Funções Executivas (FE)?
O funcionamento das FE, nos diversos momentos, depende de um leque variado de fatores neurobiológicos e externos, destacando, o stress e ansiedade, que costumam ocupar grande capacidade da memória de trabalho (MT). A carga cognitiva exercida sobre seres humanos pela sociedade atual continua a aumentar, nomeadamente no que diz respeito ao processamento simultâneo da informação (casa, família, gadgets informáticos,…). O mesmo se passa com as crianças que, independentemente do potencial de funcionamento executivo com que nascem, demonstram níveis de capacidade auto-regulatória de acordo com o seu nível de desenvolvimento e quantidade de estímulos stressantes, ou não, a que estão sujeitos nos diversos momentos do seu dia.
Em que medida o sistema de ensino atual tem em conta as novas descobertas da Neurociência?
No que diz respeito as FE, sistema de ensino atual, em diversas medidas, não tem em conta estas descobertas da neurociência, exigindo o recurso a competências executivas, por vezes, neurobiologicamente inacessíveis para a maioria dos alunos, sendo que, também, o processamento da informação é exigido, muitas vezes, em contextos ansiogénicos, como a sala de aula. Em alguns casos específicos, estão reconhecidas as fragilidades no desempenho executivo, como nos quadros de Perturbação de Hiperatividade e défice de atenção (PHDA) e perturbações do espectro do Autismo (PEA).
O que é importante os professores e pais saberem sobre as Funções Executivas?
Torna-se fundamental pais e professores terem conhecimento da importância destas funções cerebrais e proporcionar o seu desenvolvimento pleno ao longo de toda a infância e também idade adulta, uma vez que estas FE são grandemente responsáveis pelas capacidades de adaptação e sucesso, ao longo da vida. Tal como, as suas fragilidades, potenciadoras do surgimento de problemas práticos diversos relacionados com o desempenho académico, profissional, relacional e familiar, que podem resultar na manifestação de fragilidades do foro emocional.
Neste sentido, sempre que surja alguma dificuldade na vida do indivíduo, de criança a idade adulta, torna-se muito importante realizar uma avaliação neuropsicológica destas funções executivas e, quando necessário, uma intervenção cognitiva para sua promoção e desenvolvimento. A presença de funções executivas bem desenvolvidas é meio caminho andado para o sucesso na vida.