Ansiedade

O que é a Ansiedade?

A emoção que está na base da ansiedade é o medo. Embora a ansiedade e o medo por vezes se sobreponham é, também, possível distingui-los. Frequentemente, o medo é uma resposta emocional a uma ameaça iminente, enquanto a ansiedade geralmente se apresenta como a antecipação de uma ameaça futura. O medo caracteriza-se por uma reação a um perigo imediato; o organismo reage ficando em estado de alerta, observando-se a nível fisiológico um aumento da excitabilidade autonómica, com vista a preparar o indivíduo para a ação: fugir ou lutar. É uma resposta rápida, universal e inata que serve para fins de sobrevivência. Por outro lado, a ansiedade caracteriza-se pela presença de um estado emocional de nervosismo, apreensão, preocupação, tensão muscular e vigilância em preparação para um perigo futuro, acompanhada de comportamentos de evitamento.

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Em termos gerais, a ansiedade e o medo são considerados reações naturais, com cariz adaptativo, que nos ajudam a lidar com situações inesperadas ou perigosas. Neste sentido, são ambos vistos como mecanismos de sobrevivência que nos preparam para lidar com as dificuldades e ameaças.  De modo que, ao longo da nossa vida, é natural que surjam momentos em que nos sentimos ansiosos, preocupados ou receosos (e.g. antes de um exame, de uma apresentação pública ou perante situações de mudança e de incerteza).

A questão é: quando é que a ansiedade passa a ser considerada uma perturbação psicológica que precisa de atenção clínica? 

  • Quando é recorrente, duradoura, excessiva e irrealista, ou seja, quando é frequente e desproporcional para a ameaça ou perigo em causa, gerando um elevado sofrimento e interferindo negativamente no quotidiano da pessoa que a manifesta, prejudicando a sua vida pessoal, profissional, familiar e social.

Que tipos de ansiedade existem?

Com base no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Perturbações Mentais- DSM-V (APA, 2013) apresentamos os principais tipos de perturbações ansiosas:

  • Fobias: a pessoa sente medo ou ansiedade intensos em relação a um objeto ou situação, como por exemplo: animais, ver sangue, andar de avião, alturas.  O medo ou a ansiedade são desproporcionais relativamente ao perigo real da situação ou objeto. Ocorre um evitamento ativo da situação ou objeto fóbico.
  • Ansiedade Generalizada: preocupação persistente e incontrolável envolvendo variados domínios (e.g. relações sociais, desempenho, família, saúde), com ruminações sobre comportamentos passados e ansiedade relativamente ao futuro.  Geralmente observam-se sintomas fisiológicos, fruto destas preocupações, tais como: irritabilidade; cansaço; tensão muscular, dificuldade em dormir, inquietação, dificuldade em concentrar-se, bem como uma sensação de incapacidade para controlar a ocorrência destas preocupações.
  • Ansiedade Social: a pessoa sente medo ou ansiedade excessivos relativamente a situações sociais em que pode ser exposta à avaliação de outras pessoas. O medo central é de agir de forma embaraçosa ou passível de humilhação por terceiros. Inclui-se aqui o medo de mostrar sinais de ansiedade (e.g. voz trémula, corar, revelar agitação, parecer estranho, ser aborrecido). A pessoa pode, também, por exemplo, manifestar dificuldade em manter uma conversa, em desempenhar tarefas perante outros ou em estar a ser observada a comer ou beber. Geralmente verificam-se tentativas de evitamento das situações sociais e quando a pessoa tem que as enfrentar, experiencia uma ansiedade acentuada.
  • Pânico:  os ataques de pânico atingem um pico em minutos e caracterizam-se por ser intensos, repentinos, inesperados e sentidos como fora de controlo. Durante o ataque de pânico, a pessoa tende a sentir um conjunto diversificado de sintomas: palpitações, coração acelerado, taquicardia, suores, tremores, sensações de falta de ar, dor no peito, náusea, sensação de tontura, calafrios ou calores, desrealização ou despersonalização, medo de “enlouquecer” ou de morrer, entre outros.  Após o primeiro ataque de pânico, geralmente observa-se uma preocupação persistente, quer acerca da eventualidade de poder ter outro ataque de pânico, quer ainda sobre as suas consequências. Frequentemente, com o intuito de impedir a ocorrência de outro ataque de pânico, a pessoa começa a ter comportamentos de evitamento de determinados locais (e.g. transportes públicos, centros comerciais, pontes) e situações desconhecidas.
  • Agorafobia:  a pessoa sente medo ou evita situações em que considera poder ser difícil escapar ou em que, na eventualidade de ocorrência de um ataque de pânico, sente que não terá o auxílio necessário disponível. As situações agorafóbicas mais comuns são: o uso de transportes públicos, ficar no meio de uma multidão, sair de casa sozinho, permanecer em espaços abertos (p. ex. mercados, pontes) ou em locais fechados. Estas situações são ativamente evitadas e quando enfrentadas são experienciadas com medo ou ansiedade intensos, de modo que habitualmente a pessoa recorre à presença de uma companhia para as enfrentar.

Qualquer uma das perturbações ansiosas apresentadas acima gera sofrimento significativo e interfere negativamente no quotidiano da pessoa que as manifesta.  Assim, se sente medo ou ansiedade acentuados e persistentes é aconselhável que procure a ajuda de um profissional especializado.

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